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terça-feira, 15 de junho de 2010

Tão desprezíveis quanto os cupins

Os esqueletos se olham, mas apenas olham

Não têm motivo para sorrir
Dão-se um abraço, não caloroso
Não têm motivo para apresentar carinho
Então entram ao quarto
Trancam a porta.

Passam horas lá dentro sem prestar qualquer gesto de amor
Apenas fazem aquilo que foram treinados para fazer.

Saem do quarto
Não dizem uma única palavra
Olham-se novamente
Apertam as mãos e saem.

Talvez faltasse motivação
Talvez faltassem motivos.
Mas o amor não é motivo suficiente?
Talvez não se amem
Talvez seja só uma crise
Talvez tivessem cercado seus sonhos com uma imensa muralha
Talvez estejam cansados daqueles corpos, jovens, implacáveis de suas juventudes
Talvez seja só uma obrigação imposta pela sociedade

Mas quem liga?
Não precisa ser bom
Os esqueletos se contentam com o regular.
Se nem o prazer os esqueletos estão buscando,
O que será de nós daqui uns anos?
Desnecessários!

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